terça-feira, 8 de maio de 2012


Relatório da CPI da Região Serrana destaca atuação do PLID na localização das vítimas
A atuação do Núcleo de Apuração Criminal (NAC) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) na gerência do Programa de Identificação e Localização de Desaparecidos (PLID) ganhou destaque no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A CPI investigou causas e responsabilidades da tragédia provocada pelas chuvas na Região Serrana, em janeiro de 2011. De acordo com a redação final do relatório, a ação do MPRJ “foi decisiva na organização da identificação de vítimas fatais” e “tal projeto necessita receber incentivos e investimento do Poder Executivo e do MPRJ”.

“Destaque especial deve ser dado à ação do Ministério Público Estadual que foi decisiva na organização da identificação de vítimas fatais, através do Centro Integrado de Investigação Criminal e utilizando metodologia que foi agraciada com o premio INNOVARE para a identificação e reconhecimento de vítimas fatais, organizando banco de dados centralizado, cruzando os dados do Instituto Félix Pacheco com os dados do Instituto Médico-Legal, entre outras providências, o que foi fundamental para legitimação da identificação dos mortos. Tal projeto necessita receber incentivos e investimentos do Poder Executivo e do MPE, afirma o trecho do relatório da CPI na página 214.

Segundo o Coordenador do NAC, Procurador de Justiça Rogério Scantamburlo, o PLID é apontado como um dos indicadores de soluções a serem adotadas em situações de crise como a ocorrida na Região Serrana. No relatório, os deputados estaduais concluíram que grande parte dos estragos se deu em decorrência da falta de um sistema de alerta e de um plano de contingenciamento. Na ocasião, em torno de 900 pessoas morreram nos municípios de Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Areal, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Sumidouro.

O PLID recebeu um total de 698 comunicações de desaparecimento. Foram localizadas 329 pessoas com vida e 134 mortos. Permanecem em processamento 192 comunicações de desaparecimento. As demais sindicâncias abertas foram desativadas por não apresentarem informações consistentes ou por se fundirem às demais sindicâncias em prosseguimento. Em Nova Friburgo, o PLID estabeleceu uma gestão regional buscando maior eficiência e aproximação com as operações locais. Foram 277 comunicações, com 159 pessoas localizadas com vida, 66 óbitos e 52 ainda em processamento.

“Nossos esforços para a identificação das vítimas das enchentes do ano passado só serão encerrados quando zerarmos o número de comunicações de desaparecidos”, disse o Promotor de Justiça Pedro Borges Mourão, Coordenador do PLID.

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